“Primeiro
ignoram-te, depois riem-se de ti, depois atacam-te e no fim tu vences.” Mahatma
Gandhi
É
a minha homenagem a todos aqueles que de alguma forma se reconhecem no relato.
Acredito que devemos ser muitos, os que ao longo deste ano mergulharam no mistério
de superar a incompreensão, o mal trato, ou outra situação depurada de vida.
Mas
não devo ficar por aqui. Devo ser capaz de escrever o que na verdade importa.
Lembrar-me sobretudo que essa vitória começa com um desprendimento de um ajuste
de contas, de uma vingança, e segue com a procura ainda que vaga, do sentido oculto
das coisas e das nossas emoções, das mais tristes. Mas agora, os momentos já
não são de desesperança, de sensação de falência pessoal. Adivinhamos confusos,
que é preciso atravessarmos a tormenta, e entrarmos na vitória sobre nós mesmos. É
um caminho paciente, hesitante, estranho, em que sempre que ultrapassarmos os
nossos limites, lá está o sofrimento para nos lembrar que temos de nos
respeitar e aceitar.
Com o tempo, já não nos angustia percebermos que não somos tão fortes como julgávamos ser, e abrirmos
mão do que gostamos mas que nos faz mal, porque na descoberta de todos os dias, do
que se consegue ou não se consegue, ser ou fazer, revela-se o que precisamos e que
nos faz sentir bem.
Pela
transformação da dor, já não somos seres errantes, adormecidos numa realidade
fantasiada. Cria-se outra visão do mundo e a percepção que somos indivíduos por nós
mesmos, completos, em união mais estreita com os valores positivos, conectados
com o semelhante, e fortes o suficiente para conceber a existência dos piores
horrores.
Sim, encontramo-nos perante uma vitória.
TENHA UM FELIZ ANO NOVO
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