quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Procura Ativa de Emprego - Manual


Trata-se de um produto do Clube de Emprego e Formação - Município de Valongo que poderá ser útil na procura de emprego.
ACEDER AQUI ou AQUI
Retirado de http://empregarmais.blogspot.pt/

Comunidades de prática e bibliotecas escolares


Abordagem dos princípios teóricos associados às comunidades de prática, perspetivando a sua rentabilização ao serviço das bibliotecas escolares.
Este documento pretende dar a conhecer os princípios teóricos associados às CoP (comunidades de prática) e mostrar de que modo é que este conceito de comunidade pode ser perspetivado no contexto da organização e gestão das bibliotecas escolares, favorecendo a melhoria dos serviços e a apropriação da BE pela comunidade educativa.
ACEDER AQUI

terça-feira, 30 de outubro de 2012

site para procura de emprego na área da INFORMÁTICA


site para procura de emprego na área do TURISMO



24 horas na vida de um ASTRÓNOMO do ESO




O que faz um Astrónomo
As tarefas e funções do astrónomo consistem, particularmente,em:
  • Estudar os corpos celestes e o espaço exterior, do ponto de vista da dinâmica, origem, formação, evolução, composição química, propriedades físicas, bem como os fenómenos a eles ligados;
  • Determinar a direção e posição dos astros e seus movimentos, a massa, idade e a influência do meio sobre a formação dos corpos celestes;
  • Estudar a estrutura interior e da atmosfera das estrelas, planetas, estrutura emovimentos das galáxias;
  • Estudar a distribuição da temperatura, densidade, pressão e os processos energéticos que condicionam o espectro da radiação;
  •  Medir os campos magnéticos e fazer estudos estatísticos sobre a distribuição dos corpos celestes;
  • Estabelecer tabelas matemáticas dando as posições relativas do sol, da lua, planetas e estrelas referentes à terra.
Fonte: Classificação Portuguesa de Profissões 2010

DLR n.º 28/2012/M

Encontra-se publicado, a nível da Região Autónoma da Madeira, o Decreto Legislativo Regional n.º 28/2012/M que aprova as normas para a proteção dos cidadãos e medidas para a redução da oferta de «drogas legais». Aceder aqui.

Perguntas Frequentes – escolaridade obrigatória

Todos os alunos atualmente matriculados nos ensinos básicos e secundário estão abrangidos pela escolaridade obrigatória de 12 anos?
Não. Estão abrangidos pela nova Lei da escolaridade obrigatória ( aqui )os alunos que se matriculem no ano letivo de 2009/2010 em qualquer ano escolar do 1.º e 2. º ciclos ou no 7. º ano de escolaridade (n.º 1 do art. 8º da Lei n.º 85/2009, de 27 de agosto,aqui ). Fonte MEC

NOVA REDAÇÃO (nova redação que se encontra na página do MEC):

Todos os alunos atualmente matriculados nos ensinos básico e secundário estão abrangidos pela escolaridade obrigatória de 12 anos?
Sim. Todos os alunos com idades compreendidas entre os 6 e os 18 anos devem frequentar o regime de escolaridade obrigatória nos termos previstos no Decreto-Lei n.º 176/2012 (n.º 1 do Artigo 6º).

Retirado MEC:
/escolaridade-obrigatoria/

E AINDA:
Sobre a possibilidade de anulação de matrícula, por disciplina, a alunos a frequentar o ensino secundário menores de 18 anos, em articulação com o cumprimento da escolaridade obrigatória, é o seguinte:





A nível da Região Autonoma da Madeira, a seguinte informação:
AQUI

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Cyberbullying hurts too





Armanda Matos: “O cyberbullying acompanha as crianças e os jovens até casa”.
Pode ser um problema multiplicado tantas vezes quantas o meio permitir. Emails insultuosos. SMS difamatórios. São exemplos de agressões que praticadas de forma repetida podem ser consideradas atos de cyberbullying e estar a vitimizar qualquer jovem e criança.
A intenção pode ser a de agredir, ameaçar ou insultar a vítima. O cyberbullying "é um ato agressivo intencional perpetrado através do recurso a dispositivos eletrónicos de comunicação, como a Internet e o telemóvel", define Armanda Matos, investigadora da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, da Universidade de Coimbra.

Mas algumas situações de
cyberbullying podem estar a ser "encaradas com alguma ligeireza", alerta a investigadora que, em Portugal, integra uma equipa que participou na elaboração de um manual europeu sobre esta problemática. "Qualquer suspeita de que possa estar a acontecer um ato de cyberbullying tem de ser levada muito a sério."

"Agir Contra o
Cyberbullying", assim se intitula o manual, foi pensado para a formação de formadores que trabalham a problemática com diferentes grupos-alvo: pais, famílias, escolas, jovens e crianças. Inserido no projeto CyberTraining, a criação do manual envolveu oito países: Alemanha (coordenação), Portugal, Espanha, Reino Unido, Irlanda, Bulgária, Suíça e Noruega. E foi apoiado pela Comissão Europeia através do Lifelong Learning Programm e do sub-programa Leonardo da Vinci.

A importância do tema tem suscitado a atenção de Bruxelas. Depois da elaboração do manual, os países envolvidos na iniciativa vão agora desenvolver cursos de formação em dirigidos aos pais. "As situações de
cyberbullying estão envoltas em algum secretismo, as vítimas e os agressores não contam a ninguém o que está a acontecer. Mas quando contam, fazem-no aos pais." E, aqui reside, segundo Armanda Matos, a justificação para este novo projeto.

A participação portuguesa no CyberTrainning for Parents fez-se através da mesma equipa da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, da Universidade de Coimbra, que participou na criação do manual. Para além de Armanda Matos, Teresa Pessoa e João Amado compõem o grupo de investigadores portugueses.

Portugal terá a seu cargo a avaliação dos cursos que já estão a ser implementados nos diferentes países envolvidos no projeto. Armanda Matos adianta que estes cursos podem vir a acontecer em sessões presenciais mas também em regime de e-learning. Vão também ser dirigidos a formadores de pais. "Com vista a ter um efeito multiplicador", explica.

Em entrevista ao EDUCARE.PT, Armanda Matos, investigadora na área da educação para os media e das tecnologias da informação e comunicação, lançou algumas pistas para a compreensão do
cyberbullying. Um fenómeno desvalorizado que faz da Internet um aliado cruel.EDUCARE.PT (E): O que é o cyberbullying?
Armanda Matos (AM): É um ato agressivo intencional perpetrado através do recurso a dispositivos eletrónicos de comunicação, como a Internet e o telemóvel. Um dos critérios para se considerar estarmos perante uma situação de cyberbullying é o facto de esses atos acontecerem mais do que uma vez. Essa repetição pode ser quantificada através do número de vezes em que uma mensagem insultuosa ou imagens colocadas online são encaminhadas e visionadas.E: Uma repetição que sendo feita através da Internet pode ser infinita...
AM: Para além deste aspeto da repetição, há a intenção de agredir, ameaçar ou insultar, enfim, de causar danos à outra pessoa.E: Que formas assume?
AM: Depende do critério a considerar. Se nos centrarmos nos dispositivos utilizados podemos distinguir entre o cyberbullying cometido através da Internet, dos chats, do e-mail, das redes sociais, ou através do telemóvel, por SMS ou MMS enviados.

Mas podemos falar em diferentes modalidades em função da ação que é exercida. E, nesse caso, podem ser atos que visam o denegrir a imagem do outro, enviando mensagens ou colocando imagens que, de alguma forma, são insultuosas. Podem ser atos que consistam em discussões muito inflamadas no Messenger, ou na violação da privacidade e divulgação de dados ou de informação pessoal.

E existe ainda a despersonificação que é o ato de tomar a identidade da vítima e enviar e-mails ou mensagens fazendo-se passar por ela, dizendo mal dos seus amigos, e colocando-a numa situação muito delicada. Portanto, existem diferentes formas de exercer atos deste género recorrendo às tecnologias da informação e comunicação.
E: Este tipo de atos é mais comum do que se pensa?
AM: É mais comum do que se pensa porque as características do cyberbullying não estão devidamente divulgadas. Por isso, é natural que aconteçam atos deste género em diferentes contextos, mas que não são assim catalogados por não existir essa informação.

Em termos de frequência, há números diversos, porque as investigações partem de diferentes conceitos e instrumentos para medir o
cyberbullying. Por exemplo, uma coisa é perguntar se no último ano foi vítima de alguma ação deste género, outra é perguntar se alguma vez foi vítima de uma ação deste género. Isto conduzirá a resultados diferentes.

Mas há vários estudos que apontam para números que rondam os 10%, em diferentes países, sendo que um realizado pela Microsoft, em 2009, refere percentagens bem mais elevadas que rondam os 30%. Em Portugal, estão feitos estudos com amostras relativamente pequenas e que não são representativas, mas que têm apontado para os 6%.
E: De que modo se distingue do bullying?
AM: O cyberbullying tem várias características que lhe são específicas e que estão associadas ao seu impacto. Alguns autores consideram até que há um maior impacto no cyberbullying, embora esta posição não seja consensual. Uma das características é a possibilidade do anonimato, que não acontece sempre, mas verifica-se em muitas situações.

Por um lado, a vítima não sabe quem a está a agredir, a perseguir, a ameaçar ou a denegrir. Por outro lado, o agressor sente que está a atuar num ambiente relativamente protegido, uma vez que não sabem quem ele é. Esta situação deixa as vítimas numa grande vulnerabilidade. Outro aspeto interessante é que no
cyberbullying o agressor tem assim poucas possibilidades de perceber as consequências dos seus atos, ou seja, o impacto que pode ter na vítima.E: Enquanto no bullying o impacto é visível...
AM: E, por isso, a possibilidade de empatia em relação à vítima e de compreensão do seu sofrimento no cyberbulling é menor. Mas para além do anonimato, há outra característica que é particularmente importante: o facto de o cyberbullying poder ocorrer a qualquer hora e em qualquer lugar, ao contrário do que se passa com o bullying, onde há possibilidade de proteção uma vez que acontece nos recreios, nos pátios ou na saída da escola.E: Para evitar o bullying pode-se mudar o aluno de escola...
AM: O cyberbullying também tem levado a consequências desse género. Mas o que acontece muitas vezes é que os atos de bullying estão associados aos de cyberbullying, ou seja, acontecem simultaneamente. E: Alguns atos de cyberbullying são desvalorizados por serem vistos como brincadeiras. Isto é grave?
AM: Isso tem a ver com a falta de informação e a necessidade de sensibilização para a gravidade destes casos. Situações que podem ser encaradas com alguma ligeireza não o devem ser. Qualquer suspeita de que possa estar a acontecer um ato de cyberbullying tem de ser levada muito a sério. É obvio que quanta mais consciencialização houver para o problema mais fácil será identificá-lo e apoiar as vítimas. E: É a pensar na consciencialização que surge o manual europeu "Agir Contra o Cyberbullying".
AM: O manual foi pensado de forma a responder às necessidades dos diferentes grupos-alvo a que se destina. A construção foi fundamentada em dois estudos. O primeiro envolveu uma análise de necessidades de formadores de diferentes países da Europa, e foi conduzido pela equipa portuguesa. O segundo estudo foi conduzido pela equipa alemã, que é a coordenadora do projeto, e juntou diferentes especialistas para conhecer o estado da arte em relação ao problema e as abordagens que têm sido adotadas em vários países, para lidar e intervir. E: Disse que o manual não constituía um receituário...
AM: Porque deve ser usado de forma flexível conforme as necessidades dos formadores e dos formandos. Um formador que esteja muito familiarizado com as tecnologias da informação e comunicação (TIC) e as questões da segurança na Internet e vá trabalhar com os jovens que também utilizam as TIC e não tenham necessidade de conhecer os seus conceitos pode passar à frente o respetivo módulo. Se o formador vai trabalhar com pais pode começar diretamente no módulo que lhes é destinado ou aplicar alguma atividade interessante do capítulo dedicado aos jovens mas adaptando-a. E: Os professores podem usar o manual nas suas aulas?
AM: Um dos capítulos tem mesmo como tema o trabalho com escolas. O objetivo é dar apoio, informação e recursos aos diversos agentes escolares - psicólogos, professores, equipas específicas ligadas a projetos que se desenvolvem nas escolas - para poderem fazer formação sobre cyberbullying. Existem muitas sugestões de atividades no manual que os professores podem desenvolver com os seus alunos.E: O manual também se destina a trabalhar estas questões com os pais. Até que ponto isso é importante?
AM: É extremamente importante, porque o cyberbullying acompanha as crianças e os jovens até casa, não se circunscreve ao contexto escolar. As situações de cyberbullying estão envoltas em algum secretismo, as vítimas e os agressores não contam a ninguém o que está a acontecer. Mas quando contam, fazem-no aos pais. É muito menos frequente contarem aos professores ou a pessoas da escola. Por isso, os pais têm de saber o que fazer quando se veem confrontados com um filho que diz estar a ser vítima ou a vitimizar outros. E têm também de saber como detetar casos deste género, ou seja, que sinais e sintomas os filhos podem apresentar se estiverem envolvidos em situações deste género.E: Quais são os sinais mais frequentes?
AM: Alterações bruscas de comportamento relativamente ao uso das tecnologias, estamos a falar de uma criança ou jovem que habitualmente passe muito tempo no computador e de repente o ponha de lado. Ou que se sinta ansioso depois de estar a trabalhar no computador ou de usar o telemóvel. Situações de isolamento em que as crianças ou os jovens evitem o contacto com as outras pessoas. E depois existem sintomas físicos, como a ansiedade, o stress, a dificuldade em ir para a escola, por dores de barriga ou de cabeça. E: Mas esses são sintomas comuns ao bullying...
AM: Sim, sendo que o aspeto diferenciador são as mudanças de comportamento associadas à utilização das tecnologias.E: Existem crianças e jovens mais vulneráveis ao cyberbullying?
AM: Há grupos mais vulneráveis, tanto ao cyberbullying como ao bullying, que requerem mais atenção por parte dos adultos. Crianças ou jovens que apresentem algum tipo de deficiência, ou necessidades educativas especiais, que normalmente não "alinham" nos interesses e nas brincadeiras dos colegas, ou seja, que tenham um perfil um pouco diferente e se afastem da corrente principal e grupos minoritários, como os imigrantes.
Fonte: educare.pt

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Estrutura da Carta de Apresentação


Exemplo de uma Carta de Apresentação ou Carta de Motivação
Na candidatura a um emprego, a carta de apresentação ou carta de motivação deve acompanhar o curriculum vitae. Aqui está uma proposta acerca da estrutura da carta de apresentação:

A Cabeçalho – o inicio da carta deve ter a identificação do destinatário e do remetente. A carta de apresentação pode ser personalizada. O candidato pode averiguar qual o nome e cargo da pessoa responsável pelo recrutamento e seleção ou a quem deve dirigir a sua candidatura. Pode fazê-lo através de um contato telefónico para a empresa em questão.
B - Assunto – É importante especificar o assunto (ex.: “Candidatura para a função X”; “Resposta ao anuncio ref. X do dia 1.1.2011”).
C Inicio da Carta – O candidato deve contextualizar a sua candidatura. (ex: “Em resposta ao vosso anúncio, divulgado através do caderno de emprego do Jornal Y do dia 27 de março de 2012, venho por este meio apresentar a minha candidatura à função de consultor”).
DCorpo da carta – É relevante manifestar as razões da sua candidatura e as motivações, assim como alguns aspetos sobre si, que possam valorizar a sua pretensão. 

E Conclusão – Finalmente, na conclusão, o candidato formula o seu pedido de aceitação da candidatura e responsabiliza-se para prestação de provas. A carta termina com o agradecimento.  

Retirado de Ana Rocha e Olivier Rohrich "Como procurar e conseguir emprego" Pactor. Conhecer melhor este guia, que recomendo, em  http://www.lidel.pt/

Planos de Aula – Direitos e Deveres na Internet



Encontram-se available, no Centro de Recursos SeguraNet , Os Planos de aula da Campanha Back2School da Rede Insafe. Estes Recursos abordam o Tema "Os direitos e os deveres na Internet" do Dia da Internet Mais Segura 2013. 
  • Refletir Sobre OS DIREITOS on-line 1
  • Refletir Sobre OS DIREITOS linha 2
  • Aprender Sobre os Direitos da Criança
  • O Barómetro dos Sentimentos
  • Carta dos Direitos das Crianças
Aceder em   http://www.seguranet.pt/ (Menu Recursos)

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Projeto Daisy



Manuais escolares digitais para alunos com necessidades especiais
Como lê uma criança cega ou com baixa visão? Através de audiolivros. Estes chegam também, e pela primeira vez, aos alunos com dislexia. O projecto, uma parceria do Ministério da Educação, da Fundação Vodafone Portugal e da Porto Editora, foi é apresentado na semana passada.
Estes manuais passaram a ficar acessíveis as escolas. Destinam-se também a alunos disléxicos.
Saber mais http://www.vodafone.pt

OS MATERIAIS do projeto em  http://www.dgidc.min-edu.pt/

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O que farão os arquitectos quando já não puderem construir?

Sede do Museu Solomon R. Guggenheim, NY - F.L. Wright

Artigo de Alexandra Prado Coelho publicado no Publico de 14.10.2012 com o título O que farão os arquitectos quando já não puderem construir?:
"O tempo da construção acabou? O que é que isto significa para os arquitectos? As perguntas - que não têm só a ver com a crise económica, mas muito também com a ideia de que não são necessários mais edifícios nas nossas cidades - surgem perante uma expressão utilizada por Beatrice Galilee, a comissária da próxima Trienal de Arquitectura de Lisboa, em 2013. No livro Spacial Murmuring - migration of spaces and ideas, de Sónia Nunes Henriques e Jan-Maurits Loecke (ambos dos He.Lo Architects), Galilee escreve sobre a "crescente irrelevância da construção na arquitectura".

O que farão os arquitectos quando já não puderem construir?
E, algumas páginas antes, no mesmo livro, Aaron Betsky, director do Cincinnati Art Museum, começa o seu ensaio com a frase: "O primeiro facto que temos que encarar na arquitectura e no design é o de que não precisamos de mais coisas". Escreve Betsky que "não precisamos de mais edifícios", e, numa escala mais pequena, "a última coisa que precisamos é de mais cadeiras, mesas, candeeiros ou outras peças de mobiliário". Que caminhos podem, então, seguir os arquitectos?

"Em Portugal havia muito a lógica, que vinha sobretudo da Escola do Porto, que é de querer ver o projecto e a obra construída", diz Tiago Mota Saraiva, do ateliermob. "Num contexto em que temos claramente construção a mais", a arquitectura tem de ser diferente, defende. "A arquitectura tenta projectar o futuro, numa altura em que cada vez mais nos tentam cortar qualquer perspectiva de o fazer." E isso passa, por exemplo, por ter "arquitectos junto das comunidades a desenharem processos participativos".

O ateliermob está envolvido num desses processos, no bairro Prodac, em Chelas. "Tomámos conhecimento do problema [o bairro foi construído pelos moradores há perto de 40 anos, mas estes continuam a não ser proprietários das casas] e começámos a falar com as associações de moradores para ver como poderíamos legalizar as casas. O nosso papel aqui não é fazer projecto, é desenhar o processo participativo." Conseguiram, para a parte norte do bairro, um financiamento do programa Bip-Zip, enquanto para a parte sul estão ainda a estudar outras formas.

As casas estão lá, já construídas, agora é preciso "fazer um levantamento, detectar os riscos", o que já está a ser feito. Mas o objectivo principal é conseguir que os moradores tenham condições para se tornarem proprietários das suas casas. É, de certa forma, um regresso ao espírito do SAAL, nos anos 70, um trabalho próximo da população. O projecto, intitulado Working with the 99%, e que está a ser acompanhado pelos documentaristas Joana Cunha Ferreira e João Rosas, acaba de vencer o Prémio Future Cities, na Bienal de Arquitectura de Veneza.

Angariar fundos

Há em Portugal outros exemplos desta forma de encarar o papel do arquitecto. É o caso das blaanc, quatro sócias (Ana Morgado, Lara Pinho, Maria do Carmo Macedo Caldeira, Maria da Paz Sequeira Braga) com idades entre os 31 e os 33 anos, três baseadas em Lisboa e uma no Rio. Em 2010, conta Lara Pinho ao PÚBLICO, ganharam um concurso para construir casas para a classe emergente no Gana, com uma proposta de habitações feitas de terra pisada. "Foi aí que nos lançámos nesta nova maneira de ver a arquitectura, com maior sustentabilidade." E perceberam que esse era o caminho que queriam explorar.

A seguir participaram (já em colaboração com João Caeiro, baseado em Oaxaca, no México) noutro concurso, lançado pela Architecture for Humanity em parceria com a Nike, e foram um dos vencedores com um projecto para um centro desportivo em Oaxaca. "A ideia aqui", continua Lara, "era que a comunidade construísse em conjunto connosco".

E este projecto abriu caminho a um outro, no qual estão envolvidas, o Adobe for Women, que parte de uma ideia lançada há vinte anos pelo arquitecto mexicano Juan Santibañez para ajudar vinte mulheres a construir as próprias casas. Para recuperar o projecto, as blaanc lançaram uma campanha de angariação de fundos - uma das iniciativas é um leilão com desenhos de autor (dia 27 na Carpe Diem - Arte e Pesquisa, em Lisboa, entre as 16h e as 19h).

Para já, tem sido no estrangeiro que as blaanc têm encontrado oportunidades para fazerem o tipo de arquitectura com que se identificam, mas o objectivo, diz Lara, é conseguir fazer o mesmo em Portugal.

Pensar a arquitectura para lá da construção é também o que fazem os he-lo, Sónia Henriques e Jan-Maurits Loecke, autores do livro citado no início. "A arquitectura não é só edifícios novos. É também este livro, esta discussão. É entender como as pessoas vivem no espaço, e não necessariamente a criação de espaços novos. Os arquitectos precisam de perceber como é que as pessoas funcionam dentro dos espaços", diz Sónia, por telefone a partir de Londres. Olhar a arquitectura de uma forma diferente passa por dar atenção "a outro tipo de áreas na cidade - viadutos, a parte de baixo de uma ponte, as áreas entre a linha do comboio e as traseiras de um edifício, telhados, túneis". Os he-lo gostam, nos projectos em que trabalham, de dar visibilidade a partes dos edifícios que habitualmente não vemos. Fizeram, por exemplo, uma instalação na Alemanha a partir de um concurso para uma mesquita, em que "a ideia era que as pessoas conseguissem andar por toda a área como se fosse uma montanha, podendo aceder a todo o espaço, incluindo o telhado".

A questão é perceber por onde passa o futuro. Luís Santiago Baptista, director da revista Arqa, acredita que há neste momento duas formas de encarar a arquitectura. "Uma olha-a como uma realidade física e material, e outra vê-a como suporte de movimentos e práticas espaciais, e tem uma relação mais livre com a materialidade. Acho que as duas são complementares."

Em Portugal, explica, tem dominado a primeira perspectiva. Mas há já exemplos dessa visão da "arquitectura como palco, suporte, com um carácter mais efémero". Os primeiros acreditam que "a materialidade consegue determinar o uso", enquanto os segundos consideram que são as pessoas quem determina as formas de viver o espaço.

E embora ambas sejam "extremamente interessantes", Santiago Baptista lembra que "construiu-se demais em relação às nossas necessidades" e hoje "é difícil imaginar o que falta construir". Por isso, sejam quais forem os caminhos escolhidos, "a disciplina vai ter que se reinventar radicalmente", porque "as respostas que as sociedades exigem são diferentes do que eram há vinte ou trinta anos".

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Princípios Orientadores das Iniciativas de Formação Financeira


O Ministério da Educação e Ciência, através da Direção-Geral da Educação (DGE), conjuntamente com o Conselho Nacional de Supervisores Financeiros, e no quadro do Plano Nacional de Formação Financeira (PNFF), está a desenvolver uma estratégia de intervenção no sistema educativo português, que visa contribuir para elevar o nível de conhecimentos financeiros da população em idade escolar, promovendo a Educação Financeira no âmbito da Educação para a Cidadania.
Com vista a enquadrar a atuação das diversas entidades financeiras que desenvolvem iniciativas de Educação Financeira em espaço escolar, foi elaborado o documento "Princípios Orientadores das Iniciativas de Formação Financeira" que pretende definir linhas diretoras e critérios para assegurar, simultaneamente, a qualidade e isenção das iniciativas de formação financeira.
Este documento foi enviado diretamente às escolas com o objetivo de garantir, por parte dos vários atores escolares, o cabal cumprimento dos princípios e regras nele consagrados e salvaguardar que as atividades de Educação Financeira desenvolvidas pelas entidades financeiras no espaço escolar, por sua iniciativa ou a convite das escolas, se fazem de modo a assegurar que a formação financeira.

Os documentos foram retirados de  http://clientebancario.bportugal.pt

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Centro Internet Segura


A Nova Versão do Sítio , destinado a promover a segurança na utilização da Internet, oferece uma experiência mais  interativa e conteúdos dinâmicos para diferentes grupos etários, assim como materiais de apoio? 

Imagem Retirada da internet

Math Survivor - jogo didáctico


Com o intuito de combater o elevado insucesso escolar na Matemática, a Associação Empresários Pela Inclusão Social (EPIS) e a Fundação Vodafone Portugal desenvolveram um jogo didáctico online chamado Math Survivor.
O jogo, que foi apresentado nesta quinta-feira numa fase de projecto-piloto, tem por objectivo avaliar o impacto das Tecnologias de Informação e Comunicação na recuperação de alunos com insucesso escolar na Matemática.
Destina-se a alunos do 2.º e 3.º ciclos, pelo facto de “a Matemática ser uma das disciplinas com maior taxa de insucesso e percepcionada muitas vezes como difícil e inatingível” nestas fases escolares, explicam a EPIS e Vodafone em comunicado de imprensa.
Math Survivor vai permitir aos alunos de Matemática “testar os seus conhecimentos, dar conta da sua evolução e identificar as áreas a melhorar”, tudo isto sem perder o carácter lúdico, garantem os mentores do projecto.
O objectivo desta ferramenta online é incentivar os alunos a “levar a Matemática para fora da sala de aula”, dizem os produtores. A aplicação possibilitará ainda a partilha de informações entre docentes e encarregados de educação, uma vez que este últimos vão poder acompanhar a evolução e desempenho dos educandos, através de e-mail e SMS.
O jogo didáctico vai ser utilizado, em fase experimental, nas aulas de matemática da Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos de Cristelo, concelho de Paredes, escola parceira do projecto. Consoante os resultados obtidos, poderá estender-se a outras escolas do país.

ACEDER ao Video em www.rtp.pt/

Fonte jornal Público, artigo de Carla Romeiro de 10.10.12





terça-feira, 9 de outubro de 2012

Explicar a crise às crianças




Devemos ou não esconder os problemas económicos às crianças? Temos de tentar encontrar o lado bom na má situação económica.
Gratidão, resiliência, a naturalidade do erro, generosidade e otmismo são conceitos a colocar em prática.






Christine Carter, Ph.D, é socióloga e especialista em felicidade na UC Berkeley’s Greater Good Science Center. É autora do blogue:


proalv@news – Boletim eletrónico da Agência Nacional PROALV


Encontram-se disponíveis os três primeiros números do boletim eletrónico proalv@news da Agência Nacional PROALV – Programa Aprendizagem ao Longo da Vida, referentes a Junho, Julho e Agosto de 2012. Aceder em  http://pt-europa.proalv.pt/

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Manual de Primeiros Socorros



Título: Manual de Primeiros Socorros - Situações de Urgência nas Escolas, Jardins de Infância e Campos de Férias (aqui) ou  (aqui)

Editor: Direcção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular


Coordenação: Maria Isabel Machado Baptista


Autora: Isabel Reis


Revisão científica e técnica: Isabel Albernaz e Sónia
Terceira edição revista
Imagem retirada de daqui

sábado, 6 de outubro de 2012

Um procrastinador




Com o apoio da Dra Isabel Policarpo, Psicóloga Clínica, saiba se é um procrastinador.

1. Age como se, por ignorar o trabalho, ele acabasse por se ir embora? Os procrastinadores tendem a adiar as tarefas, ignorando a sua importância. Quando tomam consciência que têm mesmo de ser feitas, deixam para a última da hora.

2. Subestima o trabalho que lhe dá determinada tarefa ou sobrestima as suas capacidades e recursos para realizá-la? Ou seja, tem tendência para pensar que tudo é muito fácil e que só precisa de uma hora para realizar uma tarefa que na realidade demora 6 horas?

3. Fica satisfeito com pouco? Acredita que uma performance medíocre ou inferior aos standards é aceitável? Esse comportamento é típico dos procrastinadores. O mínimo possível já é aceitável. O importante é despachar... se possível, ignorar mesmo.

4. Engana-se, substituindo uma actividade por outra? Como não lhe apetece fazer uma determinada tarefa, arranja a desculpa de ter de se ocupar com outra coisa que, para si, é mais estimulante.

5. Dramatiza demais o seu empenho na tarefa, mas na prática investe muito pouco na mesma? Está sempre a mentalizar-se de que tem de trabalhar, - sempre em fase de pré-produção -, mas na verdade nunca o começa.

6. Insiste apenas numa parcela do trabalho? Ou seja, foca-se apenas numa parte da tarefa, como se fosse muito importante, mas fica a engonhar, sem conseguir dar verdadeiro andamento ao trabalho. Por exemplo, os escritores que escrevem e reescrevem o parágrafo de um texto.

7. Fica paralisado quando tem que decidir entre alternativas? Demora tanto tempo a decidir o que vai fazer que, quando se apercebe, já não tem tempo para realizar nenhuma das actividades que tinha equacionado fazer.

8. Acredita que não há problema em interromper o trabalho? Por exemplo, quando o interrompe para ir 5 minutos ao facebook. O pior é que quando dá por si, já passou mais de uma hora.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Rui Canário - entrevista



O prof Rui Canário, que eu tanto admiro, fala sobre como transformar problemas em soluções.
Para o educador português, as dificuldades devem se transformar em ações .

O fenômeno da globalização, tão conhecido no universo da Economia, também atinge a Educação. A velocidade das informações e dos transportes permite que os países troquem produtos, serviços e culturas. Contudo, nessa via aberta na qual tudo isso é intensamente compartilhado, também passam problemas e crises, como a do ensino, presente em vários países.

"Independentemente das condições econômicas e sociais, a ineficiência da escola é geral no mundo todo e se traduz pelos altos níveis de analfabetismo funcional, pela proletarização do trabalho dos professores e pelo descaso crescente dos alunos em relação aos estudos e dos docentes quanto ao ensino", afirma Rui Canário, doutor em Ciências da Educação e professor da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Lisboa, onde faz pesquisas nas áreas de Sociologia e de formação de jovens e adultos.
Não raro, as consequências da crise, como o desinteresse de alunos e professores e a falta de condições ideais de trabalho, são apontadas como barreiras intransponíveis para ter um ensino de qualidade. Muitos profissionais da Educação se deixam abater por elas. Outros, ao contrário, usam as dificuldades como fonte para a busca de soluções. "Todas as escolas têm a possibilidade de atingir bons resultados, mesmo partindo de pontos diferentes e adversos. Isso porque elas, como qualquer sistema social, podem se autorregular."

A propriedade de gerir os recursos disponíveis para atingir os fins desejados teve origem no campo da Biologia, no estudo aprofundado dos sistemas vivos, e foi adaptada, nos anos 1960 e 70, para organizações sociais. Nesta entrevista a NOVA ESCOLA GESTÃO ESCOLAR, Canário explica como essa capacidade pode ser usada na Educação.
Entrevista de Paula Nadal na revistaescola.abril.com.br:
Como uma teoria criada na Biologia pode ajudar a Educação?
RUI CANÁRIO O biólogo austríaco Ludwig von Bertalanffy (1901-1972) percebeu que os sistemas vivos conseguem "aprender" a administrar os recursos disponíveis para atingir os resultados pretendidos. Alguns exemplos: se uma pessoa perde a visão, com o tempo ela adquire maior acuidade auditiva. Outra que perca os movimentos da mão direita passa a fazer tudo com a esquerda. Sabemos hoje que determinadas lesões no cérebro humano são superáveis por uma nova reconfiguração das diferentes áreas ou pela ativação de zonas menos utilizadas. À capacidade de se autorregular foi dada o nome de equifinalidade. Bertalanffy não parou por aí e percebeu que essa propriedade também está presente nos sistemas sociais - inclusive na escola. Ou seja, é possível que cada uma encontre o próprio caminho desde que as diversidades e os possíveis problemas ou crises sejam usados como estímulo para criar soluções inovadoras.

A ideia, então, é transformar problemas em ação e proposta educativas?
CANÁRIO Com certeza. Quer um exemplo? Muitos afirmam que o descaso dos alunos impede a escola de ser eficiente. Em vez de se conformar, que tal incentivar a criação de projetos que possam ser desenvolvidos pelos educandos, tratando-os como capazes de produzir e não como aprendizes que só têm a receber? É difícil não haver engajamento quando as pessoas se tornam sujeitos e atribuem um sentido positivo ao trabalho que realizam. O que parecia um obstáculo - a falta de envolvimento - virou um caminho para atingir os objetivos.

Muitos educadores apontam também o descaso das famílias e do próprio corpo docente.
CANÁRIO Eu mesmo participei de algumas iniciativas de intervenção em turmas das primeiras séries e um dos entraves era justamente o distanciamento dos atores das metas almejadas. E isso acontecia com os alunos, os familiares - que estavam completamente fora do processo de Educação dos filhos - e os professores, que se diziam desmotivados. Os elementos para lidar positivamente com públicos pouco comprometidos foram sintetizados em três aspectos: a implantação de uma Pedagogia que incentivou o estudante a se tornar produtor de saber, a elaboração de planos para aproximar as famílias, a comunidade e outras instituições da vida escolar e a adoção do trabalho participativo e em equipe para os docentes, permitindo a construção de práticas sobre as quais há uma reflexão permanente.

E quando o que emperra as ações é a falta de recursos?
CANÁRIO Os principais recursos da Educação são as pessoas, os saberes e as experiências de mobilização. Com isso, não há escolas pobres. Citando o grande poeta da língua portuguesa Luís de Camões (1524-1580), "a necessidade aguça o engenho". Sem fazer nenhuma apologia da pobreza, é das situações de necessidade que frequentemente surgem, em zonas marginalizadas e periféricas do sistema educativo, as formas mais criativas de identificar e produzir recursos e de construir soluções inovadoras. Em Portugal, isso ficou muito claro com a Escola da Ponte e no projeto das escolas rurais.

Quais as soluções encontradas pela Escola da Ponte e pelas escolas rurais portuguesas para transformar as necessidades em incentivo?
CANÁRIO No caso da Escola da Ponte, a organização democrática com a participação dos alunos permitiu que eles próprios fossem o recurso para superar os problemas de indisciplina. Já o projeto de intervenção nas pequenas escolas rurais começou para resolver um problema de isolamento dos professores. Rapidamente se percebeu que esse isolamento dizia respeito não apenas às escolas mas também às próprias comunidades. Assim as primeiras se transformaram em polos de animação comunitária, instituindo, por exemplo, processos de trabalho pedagógico que envolviam diretamente as crianças e os idosos dos povoados.

Então, para promover a escola e dar visibilidade a ela, o gestor precisa reconhecer a diversidade, ser inovador nas propostas e, ao mesmo tempo, otimizar a utilização de recursos?
CANÁRIO As escolas não são governáveis por controle remoto. Cada uma vive uma realidade única, e isso em diversos aspectos, a começar pela localização, o que faz com que elas atendam a públicos diferenciados. Os espaços e os equipamentos disponíveis variam muito e, claro, as equipes pedagógicas têm distintos perfis. Portanto, para bem cumprir suas funções, as escolas precisam desenvolver e utilizar da melhor maneira possível o potencial criativo do diretor, do coordenador pedagógico, do corpo docente e dos alunos para definir metas, identificar problemas e mobilizar recursos. Se todos juntos traçarem uma estratégia, ficará mais fácil construir uma identidade única e alcançar melhores resultados.

É nesse sentido que se pode dizer que cada escola tem uma "cara"?
CANÁRIO Na verdade, é esse processo que fundamenta a pertinência de cada estabelecimento de ensino em orientar-se para um projeto educativo próprio, em que os professores se formam na ação, por meio de um desempenho profissional que cada vez é mais claro e valorizado pela própria equipe. É o que eu chamo de formação de professores centrada na escola. Para que isso seja concretizado, é essencial haver lideranças fortes, apoiadas no trabalho docente colaborativo. Essas ações ajudam também a reverter o quadro de proletarização do trabalho dos professores, tornando-os protagonistas de todo o processo de ensino.

De que maneira o gestor deve conduzir a construção de um projeto educacional e pedagógico específico para a escola que dirige?
CANÁRIO Ele deve tirar o máximo partido da diversidade do sistema escolar. Do ponto de vista social, cultural e étnico, os públicos escolares são cada vez mais heterogêneos, e isso não é somente inevitável como também desejável. Jamais se deve encarar isso como um obstáculo para que a escola tenha um bom desempenho. É a diversidade que permite a contextualização de práticas educativas - ação imprescindível para que cada um dos envolvidos encontre um sentido positivo para o exercício do trabalho intelectual de aprender. O princípio da equifinalidade - a autorregulação que definimos anteriormente e trouxemos para o campo da Educação - encara as diferenças entre as instituições como uma riqueza e uma fonte de inspiração para a busca de novos caminhos.

Como promover uma formação centrada na escola?
CANÁRIO O ponto de partida é a realização de diagnósticos e a identificação de problemas para, com base nisso, tentar encontrar soluções, testá-las e avaliá-las. Parte-se do princípio de que a atividade dos professores tem uma dimensão coletiva, o que não é o mesmo que a soma das ações individuais. O oposto da formação centrada na escola é aquela basicamente teórica e desvinculada da sala de aula, em que o alvo é a capacitação individual de cada um com base nas lacunas que lhe são identificadas. Nessa perspectiva, a prática dos docentes e o funcionamento da instituição têm de ser modificados ao mesmo tempo. Quando o professor trabalha com projetos, ele promove mudanças em várias frentes, como na organização da turma e na maneira de ele próprio exercer sua função e na de os alunos participarem das aulas e das atividades.

Mas isso é possível quando existe um sistema educativo centralizado?
CANÁRIO A organização escolar deve funcionar como mediadora entre a administração pública e os professores, isso porque cada uma constitui um sistema de ação coletiva, com culturas e contextos que interferem na ação dos educadores. Por isso, tem de haver uma apropriação e uma reconfiguração própria das orientações recebidas do exterior. É nesse sentido que a escola funciona, em termos organizacionais, como um filtro que estabelece uma mediação entre as orientações gerais vindas de cima e as práticas efetivas em sala de aula.

A decisão sobre essas adaptações precisa ser feita coletivamente?
CANÁRIO Com certeza e, quanto mais participação existir, melhor. A gestão não tem de forçosamente ser assegurada por apenas uma pessoa. Ela pode ser feita de forma colegiada. Em Portugal, logo após a Revolução dos Cravos, em abril de 1974, os diretores dos estabelecimentos de ensino, até então nomeados pelo governo, foram substituídos por comissões eleitas pela comunidade dos educadores, instituindo assim um sistema participativo de autogestão. Para que a escola não funcione segundo uma lógica meramente bancária - expressão usada por Paulo Freire (1921-1997) -, é fundamental que ela seja permeada por princípios democráticos, em que os educandos aprendem sobre cidadania ao exercê-la. É a capacidade de mobilização que permite fazer de cada escola um projeto. E é isso que se espera de uma liderança.

Quais são as competências profissionais que precisam ser desenvolvidas pela equipe pedagógica e estimuladas pelos gestores?
CANÁRIO A formação dos professores certamente corresponde a um processo de socialização que se verifica no próprio exercício da profissão. Os docentes aprendem como trabalhar nas escolas, com base na experiência que tiveram como alunos e por meio de um processo de socialização com os pares. É importante que nas rotinas escolares sejam criados espaços que permitam realizar, de forma consciente, esse processo de aprendizagem. A ação das lideranças é decisiva para que cada escola se transforme numa organização qualificante para os profissionais que lá trabalham.

Nesse contexto, é possível vislumbrar como poderia ser uma escola no futuro próximo?
CANÁRIO O grande problema hoje não é só saber como será a escola do futuro, mas saber se há um futuro para a escola. O que vai acontecer não pode ser adivinhado, mas problematizado. Há várias perspectivas possíveis. A nossa capacidade de influenciar o que será daqui para diante depende do modo como agimos no presente. Muitas das críticas à escolarização, particularmente as que foram desenvolvidas pelo filósofo austríaco Ivan Illich (1926-2002), que defendia uma sociedade sem instituições oficiais de ensino, aparecem hoje como bastante realistas. Em muitos aspectos, a escola deixou de ser a solução para fazer parte do problema. Hoje, não é previsível haver um cenário de desescolarização, mas é possível verificar a crescente importância de outras modalidades educativas e de aprendizagem. A Educação transcende em muito as fronteiras da escola e o modelo ali desenvolvido só terá futuro se ele tornar-se poroso e deixar-se contaminar por diferentes formas educativas.